<The Silence of Piano>

sexta-feira, outubro 10, 2008

Definições Indefinidas



Ideias confusas...ideias incertas...sombras que vagueiam à nossa volta...sombras que não podem ser agarradas...sombras que permanecem junto a nós...

A núvem passeia-se costantemente sobre a minha cabeça, e volta e meia decide deitar uns pingos ou mesmo uma torrencialidade de gelo. Esse gelo que dói, que fere.

Dizem que é bom termos consciência da realidade à nossa volta. Mas o que é que acontece quando a consciência trás aquela melancolia de que as coisas não deviam ser como são?...

Eu sei. Trás revolta, trás mágoa...trás o choro silencioso, envergonhado. Porque tudo o que se deseja é um pouco de tranquilidade, de paz. De simplesmente estar bem com este mundo, que a mim me parece ser reinado pelos ignorantes.

Entristece-me que sentimentos tão preciosos sejam mandados fora a troco de nada.
Entristece-me que não possa fazer ver a quem gostaria que a verdade é muito mais do que a mentira.

Tem apenas cuidado com a faca que tentas cravar ao outro, porque essa lâmina pode inverter-se e acabar por te ferir a ti.

Mas eu fico e vejo. Observo cada atitude meticulosamente pensada.
Vejo-te a vires devagar, muito minuciosamente, fazendo a vontade a esses pensamentos tão vazios...

O irónico é que a vida ensina-nos tudo aquilo que temos de aprender. E um dia vais compreender isso.

Enquanto isso, eu deixei de acreditar.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Se puderes...






Se puderes apanha-me quando eu cair, porque decerto vou precisar de ti.
Se puderes grita quando eu estiver errada porque só assim é que te vou ouvir.
Se puderes abraça-me quando eu sentir frio. Frio de corpo, frio de alma.
Se puderes dá-me a tua mão para eu não me sentir sozinha. Mas pega nela com força para eu acreditar que és real.
Se puderes beija-me com vontade para eu me sentir amada, mas fá-lo desejando-me com toda a garra que um ser humano pode sentir.
Se puderes aconchega-te a mim nas noites em que precisamos tanto um do outro. Naquelas noites onde só faz sentido o calor dos nossos corpos unidos, e o teu cheiro entranhado na minha pele e em que apenas queremos esquecer o resto do mundo...
Se puderes fala comigo. Diz-me tudo o que pensas, as coisas com e sem sentido, as palavras bonitas, as amargas, tudo. Porque só assim seremos cúmplices.
Se puderes ri-te comigo. Mas chora também, porque vou ser o teu melhor ombro, a tua melhor companhia.
Se puderes respira perto do meu ouvido. A tua respiração faz-me sentir viva.
Se puderes olha-me e através dele fala-me de ti.
Se puderes fica comigo. Sou o que sou, e apenas te tenho a dar o meu mundo. Vale o que vale.


És o meu companheiro de vida.
E contigo estou a aprender a voltar a sonhar.